Peguei o vôo de Vitória direto para São Paulo, e fiquei o dia todo esperando o vôo da Canada Air Lines. Foi um dia que demorou muito pra passar. O tempo não corria, se arrastava. Deu pra trocar dinheiro, almoçar, navegar na internet em um ciber-café, etc. Só na hora do embarque é que me encontrei com os outros bolsista que eu conhecia, o pessoal que veio pelo consulado do Rio de Janeiro.
A viajem foi tranquila, mas por alguma razão não consegui dormir quase nada. Não estava tenso. Bom, pelo menos acho que não. E normalmente durmo bem em viajens (e fora delas também). Fizemos duas escalas no Canadá: Toronto e Vancouver. Em Vancouver, trocamos de companhia aérea. Da Canada Air para a JAL.
Bolsistas que vieram pelo Canadá.

A chegada ao Japão foi tranquila -- ou melhor, foi tranquila pra mim. Vários bolsistas tiveram problemas com a bagagem. Mas, pelo que fiquei sabendo depois, tudo se resolveu. O pessoal da JASSO estave esperando a gente no aeroporto, como dizia o manual. Deram uma grana inicial pra gente ir se virando, como dizia o manual. E despacharam a gente pra universidade, como dizia o manual. Chegando na Universidade de Tsukuba, fui recepcionado por uma funcionária do escritório da JASSO no International Students Center, que não falava nem "How do you do?" em inglês. Isso o manual não dizia. O máximo que consegui entender é que ela iria me levar até o dormitório. (E assim mesno, mais pelo contexto da situação do que por comunicação verbal.)
Quando chegamos ao dormitório Ichinoya, havia um voluntário me esperando para me recepcionar. Consegui entender que o cara era "daigakusei" -- universitário. Fiquei mais tranquilo, achei que iria conseguir falar inglês, ainda que precário. P*##% nenhuma! Ele e a funcionária da JASSO começaram a falar em Japonês como se eu nem estivesse alí. Acho que em certo sentido eu nem estava mesmo. Acho que foi uma das situações de desespero mais intensas que já esperimentei. Deve ter durado uns 3 a 5 minutos, mas pareceu uma eternidade. Depois disso apareceram os alunos brasileiros veteranos e os bolsistas novos que haviam chegado mais cedo (vieram pelos EUA). Até hoje eu tenho que ouvir o quanto a minha cara de desesperado estava engraçada. Bom, fazer o que né?
Os sempais (não são órfãos, é como se chamam os alunos mais antigos aqui no Japão) nos levaram pra jantar, apresentaram o supermercado mais próximo do dormitório e uma loja de 100 Yenes -- é o equivalente do R$ 1,99, só que vitaminado.
Nosso primeiro jantar no Japão. Da esquerda pra direita: Miwa, Aline, Robson, Adriana, Márcia e Ricardo. Eu estou tirando a foto.

Depois do jantar e do reconhecimento do terreno, todos recebemos bicicletas -- de segunda-mão, mas já foi de grande valia -- de presente. A minha era pequena pro meu tamanho e acabei passando-a para outra aluna brasileira e comprando uma bicicleta nova -- que mais tarde foi roubada.
E assim cheguei ao Japão.
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